Unblocking by Ontstopper Kollektief

This album is the result of a project that had long lived in Francisco Morato’s mind: to bring together an extended ensemble of musicians to work on his ideas, compositions, and concepts.
His ongoing dialogue with José Brandão transformed that idea into something tangible: gathering all those musicians in one room to record them. An experience rooted in improvisation, but with composition at its core, guided by cues, conducting, graphic scores, and more.
Unblocking emerged from the connection between Morato and Brandão, whose relationship with contemporary classical music made it possible for Francisco to bring this vision to life.

I was entrusted with mixing the final result, which first led me to dive deeply into the frequencies, dynamic demands and alien soundscapes of this sound in a very immersive and somewhat solitary way. Over time, and with the support of Francisco and José, the album began to take shape.
Nuno Mangas Viegas, from Tutmonda (like Francisco and me), gave it the final touch it needed: the cover and the title for the record.

When my professional obligations came to an end, I felt an overwhelming urge to listen, truly listen, to this epic narrative told through music, and to write... to write as if playing an instrument, in an attempt to uncover things.
What this album said to me was profound. Through this sequence of pieces, I accessed parts of my psyche that revealed what clogs it, fills it, overwhelms it; as well as finding the strength and will to create new space in both my mind and body.

There is a deeply organic force within this group, nuances known to European improvisation, but perhaps with renewed vigor, fresh blood, and new intentions.
The presence of ethnic instruments like the didgeridoo, coexisting with more modern textures, such as the effects applied to the guitar, the electronic elements, the arrangements for the piano, among others, made me realize this album holds a special place here at Tutmonda: a project that aims, perhaps utopically, to bring into the world a creative dialogue between sonic landscapes and musical languages from around the globe, filtered through contemporary modes of expression; or simply, to allow instruments from various traditions to speak in their native voices, while engaging in a healthy relationship with risk, boldness, and the ritual power of collective improvisation.

This album will surely support that mission and perhaps even unlock something new.



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Este disco nasce de um projecto que já vivia na vontade de Francisco Morato: juntar uma formação alargada de músicos para trabalhar ideias, composições e conceitos seus. O contacto regular com José Brandão tornou esse projecto em algo concreto: juntar todos esses músicos numa sala para os gravar. Uma experiência de música improvisada, mas com a composição como centro, com indicações, conduções e partituras gráficas, entre outros.
Unblocking resulta deste contacto entre Morato e Brandão, cuja relação com a música clássica contemporânea permitiu ao Francisco realizar este projecto.

A mim, tocou-me fazer a mistura do resultado final, o que me levou primeiro a mergulhar no banho de frequências, necessidades dinâmicas e paisagens alienígenas deste som de uma maneira muito imersiva e algo solitária. Após algum tempo, e com a ajuda do Francisco e do José, o disco foi ganhando forma. O Nuno Mangas Viegas, da Tutmonda (tal como eu e o Francisco), trouxe o remate final necessário à sua conclusão: a capa e o título para o disco.

Quando as minhas obrigações profissionais cessaram, entrou em mim uma vontade tremenda de ouvir esta narrativa épica feita música e escrever... escrever como quem toca um instrumento musical para espiar as coisas. O que este disco me disse foi muito. Através desta sequência de temas, acedi a partes da minha psique que me fizeram ver as coisas que a entopem, que a preenchem, que a ocupam; assim como encontrar a força e a vontade de criar espaço novo na mente e no corpo.

Há uma força muito orgânica neste grupo, nuances que a improvisação europeia conhece, mas talvez com nova garra, novo sangue, novas vontades. A presença de instrumentos étnicos como o didgeridoo e a sua convivência com sonoridades mais modernas, como os efeitos aplicados à guitarra, as sonoridades electrónicas, a preparação do piano, entre outros, fez-me perceber que este disco tem um lugar especial aqui na Tutmonda: um projecto que visa utopicamente trazer ao mundo um diálogo criativo entre sonoridades e paisagens sonoras de várias partes do mundo com formas de expressão contemporâneas; ou apenas, deixar que os instrumentos de várias tradições do mundo se expressem na sua forma tradicional, mas com uma convivência saudável com o risco, o atrevimento e a força do ritual da improvisação colectiva. Este disco vai certamente ajudar nessa missão e até mesmo a desbloquear coisas novas.

Portuguese bass player and composer working in the fields of Rock, Free Improvisation, Jazz, Metal and Experimental music.

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