Stella Maris from Esperança by Santana da Silva

Dali da sacada, ali de cima
Vi o mar
Senti a brisa a consolar meu coração
Noites de estrela caída
E no peito uma ferida
Um nunca dizer não

Quero gente de verdade
Gente de carne que doa
E que grite quando o ventre palpitar
E que não finja estar contente
Mesmo sem ter pela frente
Pelo menos um pedaço de solo prá pisar

Dali da sacada, ali de cima
Fé em Deus e pé na vida
Vou andando pelo amor como caminho e
direção
Cada macaco e o seu galho
Cada um dando cuidado
Ao que traz em sua mão

Quero um corpo de verdade
Pé que anda, asa que voa
E que saiba ao menos com quem quer viajar
Porque não há mais quem aguente
Certos papos renitentes
Sal insosso e água morna pra degustar

Dali da Chapada vi de cima
A beleza feminina de um planeta
A sussurrar-me uma canção
Cores, texturas, labaredas
Pauperismo, realezas
Contundente confusão

Quero um gozo de verdade
Fartos pés de frutas boas
Ver a preta e os pivetes lá e cá
Pintando o sete conscientes
De que a diversidade é bem mais potente
Que o errado ou certo de uma norma singular

Quero gente de verdade
Gente de carne que doa
E que saiba ao menos com quem quer viajar
Pintando o sete consciente
De que a diversidade é bem mais potente
Que o errado ou certo de uma norma singular

Por uma norma singular plural

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